domingo, novembro 04, 2012

Sobre uma noite chuvosa.

A massa escura do tempo
Se deita lentamente sobre o meu corpo.
Deleita-se.
Funde.
Mascara interrogações
 Inibe exclamações.
Se sou mesmo uma profusão de condições e termos mal elaborados
Já não sei.
Nego o tempo,
O vento, a calma.
Apenas me cubro
Para que deixe de existir em mim
Vazios inabitáveis.

 ***

É noite.
Sinto cheiro de chuva,
Vejo clarões de relâmpagos.
É noite.
Lá fora e aqui dentro.
Não sei onde é mais frio.
Talvez a água da chuva
Trouxesse cor a esse caos.
Talvez.
Ainda é noite.
Fria, densa, vazia.
Já não quero olhar para traz.
Não  vale a pena.
Então, espero. Porque
Ainda é noite.

domingo, janeiro 15, 2012

Sobre o que não posso dizer.

Olhe, vou deixar de enrolar e dizer que a verdade é que estou vivendo uma grande mentira em busca de outras. Eu já nao sei o que estou fazendo comigo mesma. Eu também nao tenho o mínimo interesse de saber. Dessa vez eu quero jogar a toalha no chão, e só nao fiz isso porque ainda acredito nesse amor impossível. Tenho medo porque no dia que desacreditar vou perder a razão. Nada consegue ocupar esse lugar. Sim, existem meus preciosos pais. Ainda nao sei o que fazer sobre eles. Mas sei que terão apoio e isso é confortante pra mim. Tudo tem sido uma "baita" mentira. E preciso continuar com isso porque ninguém pode perceber.
No dia que a casca cair só vai restar podridão de dentro de mim. Um monte de nada, de vazios que me mostram quem sou eu de verdade. Melhor, se pintasse um quadro, seria um monte de cor misturada mas cheio de vazios e arraoes.


Nao há mais porque.