sábado, abril 16, 2011

Sobre um texto perdido no tempo.

Se hoje você me perguntasse, diria sem medo que sou apaixonada por você. Que amo todos as suas manias, todas as suas mentiras sinceras, todas as suas formas de existência. Diria também que a cada lugar que olho sempre existe algo que me faz lembrar o seu rosto , o seu jeito, tudo seu enfim. Não hesitaria em contar-te os meus planos secretos de roubar você para mim, dos planos de beijar-te e amar-te horas a fio, de fazer-te feliz, realizado, homem. Aproveitaria a oportunidade para acariciar seus cabelos, rosto, corpo, alma. Ao olhar nos meus olhos você notaria a mais pura ilusão, eu sei. Mas é justamente essa ilusão que me faz viver intensamente esse sonho sem fim. Porque amar-te não é nada mais que perder-me num labirinto de emoções frias. Amar-te não é nada menos do que pisar num chão que só existe aos meus olhos, é enxergar cores e degradês que só mesmo eu posso ver. É vivenciar o inesperado a todo instante, o inexplicável como familiar. Amar-te é perder-me em ti.

terça-feira, abril 12, 2011

Sobre uma forma de ver a vida.

Eu costumava ver a vida pelo espelho. De lá via uma imensa janela, árvores, luzes. A vida acontecia e eu só sabia que ainda estava viva graças à dança das folhas. O vento passava e elas dançavam, sempre muito bem posiocionadaa para me indicar que nada era tão igual, pelo menos para elas. No geral, a vida continuava sendo a vista que tinha pelo espelho. Parada, intacta, longínqua. Se a vida passava? eu realmete não sabia. Mas sabia que as folhas dançavam, lindas, no horizonte do meu espelho.

Sobre um brinde.

pra você que nunca aparece,
pra você que nunca liga,
pra você que nunca responde meus apelos,
pra você que finge que eu não existo,
pra você que insiste em nos negar,
pra você que merece as lágrimas que caem,
pra você que sonho todas as noites,
pra você que planejo meu futuro,
pra você que dou minha vida,




pra você que não existe.

quinta-feira, abril 07, 2011

Sobre o meio ambiente.

Outro dia, em meio a brevidade de uma caminhada, tive, de súbito, uma importante iluminação. E olhe que nem precisei de muita meditação. Pelo contrário. Estava caminhado e pensando em um monte de absurdos (todo mundo tem seus dias, hein!) quando, de repente, não mais que de repente, parei e olhei a minha volta. O que eu vi? Um cenário lindo: arvores lindas que me passaram a sensação de milhares de anos transformados na mais pura sabedoria, pássaros cantando e me mostrando o mais belos dos sons - o da natureza, pessoas andando e sorrindo demonstrando a grandiosidade do Universo, a grama verde exalando um delicioso aroma que poderia ser traduzido em palavras como amor, paz, harmonia. Na mesma hora que vi a cena, todos os meus pensamentos pararam. Sorri e olhei em volta. Andei mais devagar que o habitual, respirei mais profundamente que o normal, e percebi que só eu fazia isso, apesar de ter um número considerável de pessoas ali. Foi aí que me dei conta de algo que as pessoas não costumam dizer umas as outras: precisamos cuidar do meio ambiente não só pela preocupação com o futuro. A real questão deveria ser a preocupação com o presente. Assim como, naquele momento, fui arrebatada pela harmonia da natureza, creio profundamente que se houvesse mais possibilidades dos seres humanos estarem em contato com o meio ambiente muitas coisas seriam diferentes, e a principal delas seria a dimiluição maciça do EGOÍSMO. Deixaríamos de pensar no eu, e compreenderíamos a imensurável beleza do nós.

domingo, abril 03, 2011

Sobre a última constatação.

Agora pouco descobri que tenho um problema grave. Ando reclamando muito de que minha vida está cada dia mais igual, que os dias se passam sem que eu consiga observar uma única diferença entre eles. Pois é. Não se trata de tédio. É algo bem mais grave: falta de coragem pra viver. Chega consigo sentir o peso do que escrevo aqui. FALTA DE CORAGEM PRA VIVER. Só não sei bem até quando. Não sei se, quando eu estiver com 50 anos, ou 60, vai ser o momento em que eu vou me dar conta de que joguei fora todos os anos mais bonitos de minha vida e tentar viver "loucamente" meus ultimos minutos de sobrevivente. Ou, por ja estar com os tais 50 ou 60 anos eu resolva manter mais uns últimos anos frustrados em minha existência. Admiro muito essas pessoas que conseguem viver, e simplesmente isso. Fazer da vida algo leve, sem muitas preocupações, encontrar a felicidade em pequenos momentos, ou, quando não houver essa felicidade toda, conseguir inventá-la. Acredito que talvez seja esse o segredo de uma vida bem vivida. Reinventá-la a cada dia. Fazê-la mais leve, saborosa, alegre. E tudo isso sem o menor clichê, de verdade! É como se fosse viver só por viver, o que não isenta as responsabilidades da vida, pelo contrário, as tornam parceiras absolutas.





@paulocoelho Se hoje se parece com ontem, algo está errado em sua vida.