domingo, dezembro 30, 2007

Sobre interrupções.

O que você quer? Que eu declare meus erros? Que diga o quanto fui infantil e idiota desde o momento em que optei deixar você ir? Eu admito. Errei. Vergonhosamente, errei. Todos os dias em que acordo tenho essa certeza, a de que errei com você, conosco. Acho que ultimamente essa tem sido uma certeza mais valida do que a tal da 'certeza da morte'.
Tambem sei que nao adianta lamentar-se, ou ainda repetir incessantemente "Errei!". Acontece que nao sei o que fazer quando nao se tem mais nada a ser feito. Eu posso passar tempos com um outro alguem, estar na companhia de pessoas agradaveis, mas no fundo, sei que algo falta. Hoje, mais do que nunca, esse algo está longe.. Longe como a lua que vi a pouco. Umas horas escondida, e por mais que eu tentasse apertar os olhos, e forçar a visao, nada via a não sei nuvens cinzas. Quando conseguia vê-la, era apenas de longe, com seu brilho irradiante, intocável.
Acho que o meu jeito de te manter aqui comigo é repetindo o tempo inteiro os meus erros. É uma forma de nao te deixar ir.. De te ter aqui mais vivo do que nunca em meus pensamentos.
Deveria a uma hora dessas estar escrevendo todos os meus erros, e repetindo, repetindo, repetindo.. Mas, para sair do convencional, preferi desta vez optar pelo mais dificil e admitir o quanto te amo.
Amo, mas penso que nao deveria amar.
Te vejo ai feliz, e sei que esse deveria ser um motivo a mais pra mim. Mas não é. Felicidade seria você aqui comigo, dando o prazer de me deliciar com seu sorriso, seu jeito de moleque, suas piadinhas que me tiravam do sério, e até sua sobrancelha levantada que desenhava o rosto mais lindo e mais sarcastico do mundo.

"You go back to her, and I go back to black."
Lágrimas.



---Post interrompido 1---



O que adianta falar para paredes brancas?
Alguem vai me ouvir?
Alguem vai me tirar desse martirio?
Alguem vai ouvir meu canto e dizê-lo ao mundo,
mostrando como um pobre homem sofre por ter perdido o seu amor?
Não.
Prefeiro deitar-me e deixar que o meu amor por você venha me cobrir,
suavemente, como todos as noites.
Enquanto me restam lembranças,
ainda te tenho aqui comigo.


Como é mesmo que se diz Eu Te Amo?



---Post interrompido 2---




Traga-me uma bebida e um cigarro.
Se é pra enfrentar essa falta que você me faz,
que seja tudo regado a alcool, e a uma trilha sonora especial.
Toca Amy ai que eu bebo e choro daqui.




---Post interrompido 3---




Ao som de: Back to Black - Amy Winehouse

sábado, dezembro 29, 2007

Sobre o ano de 2008.

Ano novo chegando.. Dizem aí que é hora de renovações!
Por aqui tudo continua igual, já faz um tempo.
Entao, meu desejo pra 2008 será um possivel recomeço.
Ou, pra ser mais exata: A coragem pra recomeçar.

Um bom ano a todos nós.
Saúde. Amor.
Um ano de trabalho, de luta, de barreiras, mas acima de tudo, de vitórias.


E um brinde especial a mim.
Tim, tim.

terça-feira, dezembro 18, 2007

terça-feira, novembro 20, 2007

Sobre nuvens.

As minhas nuvens ainda são de algodão.
Nelas eu posso deitar-me, e rolar, até cair numa nuvem mais abaixo. A única coisa que incomoda é saber que as pessoas ainda pensam que as nuvens não são de algodão. É de se indignar! Aposto que elas nem fazem idéia de que existem algumas que são doces como mel. De cá de cima, eu me deleito com a maciez, e com a vista linda.

sábado, novembro 03, 2007

Sobre um novo olhar.

As Coisas

O encanto
sobrenatural
que há
nas coisas da Natureza!
No entanto, amiga,
se nelas algo te dá
encanto ou medo,
não me digas que seja feia
ou má,
é, acaso, singular...
E deixa-me dizer-te em segredo
um dos grandes segredos do mundo:
- é simplesmente porque
não houve nunca quem lhes desse ao menos
um segundo
olhar!

Mario Quintana

sexta-feira, novembro 02, 2007

Sobre decisões e mudanças.

"Muitas pessoas são tão felizes quanto decidem ser."
Abraham Lincoln


Tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac.
Dom-dom-dom.

Tin-tin!

sábado, outubro 13, 2007

Sobre palavras e sensações.

*para Martinha.

Aurora amarelo alaranjado uivo canto grito. Notas musicais.
Frio de outono cheiro da noite brotando luz do luar.
negro esverdeado com pinceladas anil-rosa-avermelhado.
terra cheiro gotas molhadas fogo que nasce pra aquecer.
Veludo das flores. Delicadeza.
Levemente adocicado.



Consegue sentir o cheiro da primavera nas entrelinhas?

quarta-feira, setembro 19, 2007

Sobre mudanças.

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa.



Vi-ver dói
Sonhar [re]constrói.

No fim, um Son-risal sempre resolve.

sábado, agosto 18, 2007

Sobre uma simbolização.

Eu a vejo numa floresta. Mas ela não é uma árvore, nem uma folha.. Ela é uma borboleta. Uma linda borboleta que no dia que resolveu sair do casulo, era tempo de inverno rigoroso, e então, Ela decidiu voltar.
Acontece que essa borboleta não consegue mais sair desse casulo, porque pra Ela, é sempre inverno, por mais que o tempo passe e as estações mudem.

quinta-feira, agosto 09, 2007

Sobre o começo do fim.

Hoje a falta que sinto de você denuncia a falta de mim mesma. É essa falta de um não sei o quê, que me desestrutura. É uma saudade tão íntima, só minha.. só nossa.
E se aquele sonho durasse uma eternidade, estaria eu feliz por apenas estar vendo o seu sorriso.
Essa sua cara de sapeca.
Mas enfim, acordei. Pela falta.. Para a falta de você.








Decreto a instalação de um novo rol de pensamentos. É necessario a morte de tudo o que queira me matar primeiro.
Época de extremo narcisismo, para uns.
Hora de acordar, para mim.

sábado, julho 28, 2007

Sobre Macabéa.

"É que ela sentia falta de encontrar-se consigo mesma e sofrer um pouco é um encontro."

"Só que precisava dos outros para crer em si mesma. Se não se perderia nos sucessivos e redondos vacuos que havia nela."

*Lispector, C.

É isso. Acordei completamente Macabéa.
Mas sei que sinto saudades.
Aliás, vivo de saudades.
Esmagada entre artigos, desejos e substantivos.

sábado, julho 21, 2007

Sobre ser um ser.

Como posso meu Senhor, tornar-me o que sou,
se nem ao menos sei do que se trata.
Sobre o que conheço de mim
perdi a tempos atras
quando ainda o vento era brisa
quando a porta ficava aberta a espera de amigos.
Mas, Sim!
Sim, tornar-me-ei então, um planeta.
Melhor, uma galáxia.
Dentro de mim existirá um sem número de planetas,
e estrelas, e luas, e vidas, e verdades, e mentiras..
Realidades a viverem juntas, porem desunidas.
Mas, Senhor,
o que fazer com a imensa parcela de escuridão,
e de vácuos?
buracos que escoam vida,
- mesmo não vivida -
e escapa uma parcela do que não existe.


Sim, tornar-me-ei toda uma falta.




*"Torna-te aquilo que és." Nietzsche, F.

segunda-feira, julho 16, 2007

Sobre uma inconstância.

Interessa-me saber o mistério que há por trás dos desejos indesejáveis.

Qual o seu funcionamento?
E qual o caos existente?
Qual o intuito de querer e não se esforçar para isso?

Nietzsche me faz pensar ao dizer: "A fórmula para a minha felicidade: um Sim, um Não, uma linha reta, uma meta."


Esqueci de ressaltar. Qual a meta mesmo?

segunda-feira, junho 25, 2007

Sobre um lamento.

Se tu soubesses o quanto te amo
jamais ousaria dizer-me palavras não ditas
dar-me olhares perdidos
poemas soltos ao vento.
Sabes tu o quanto sou vítima de minha resignação,
do amor que sinto,
do desejo que não passa - e não passará -
pois como dizia o poeta
em mim, nada se vai realmente*,
e dentre tantos não eis de ir.
Sabes tu de minha ingenuidade
e, no entanto,
por que me tomas?

Oh, Amor Meu.
Leva-me contigo agora,
sem hora, sem dor.
Porque sou tua, sem ser,
E és meu, mesmo sem querer.



*Referência ao poema Não Passou, de Carlos Drummond de Andrade.

quinta-feira, junho 21, 2007

Sobre uma saudade.

Cada vez que penso em você percebo que o tempo passa, e mais longe estamos. Mesmo que nunca tenha havido um momento se quer em que estejamos juntos, a longa espera pelo que jamais houve me mostra o quanto existem coisas tão tênues nessa vida. Espera. Falta. Saudade. Mas como ter saudade do que nunca tive? Seria uma espécie de saudade de lembranças. Do gosto do beijo que nunca beijei, ou do afago do abraço que nunca me aqueceu. A esperança de que o que hoje é lembrança se torne fato chega a ser torturante. Sem meias palavras, fico a me perguntar qual o intuito de estar a espera de que lembranças se tornem lembranças novamente, só que vividas, para que enfim, eu possa deixar que a escuridão dos dias frios não mais me machuque pela ausência, mas sim pela presença não-presente.

domingo, junho 10, 2007

Sobre um excerto.

Shakespeare tinha razao.. A gente aprende.. aprende.. aprende.. Acrescentaria no texto dele um pequeno excerto, resultante de experiencias proprias. Algo como..

Aprendi que as vezes amar é pouco, desejar é o bastante, mas querer é essencial. Que pra tudo sempre vai existir uma saida, o problema é que nem sempre percebemos que estamos de costas pra ela. Aprendi que 'tudo muda o tempo inteiro no mundo', e que quando não muda, é porque nao se quer mudar. Aprendi que substantivos, adjetivos e advérbios jamais possuirão a força de um simples verbo, por mais que se tente fazê-lo.
Aprendi que a dor também cura, que a felicidade é celacanto, e que ser feliz é questão de vontade, e nao de sorte.
Aprendi que aprender é desconstruir, e construir é arriscar.
Aprendi que Amigos são órgãos, independente de quantos kilometros estejam de você. E mais, que saudade é o único incômodo que produz remédio pra alma: "Brilho no olhar".
Recorreção: O texto 'Um dia você aprende", comumente circulado pela internet se refere a corrupção total da tradução de um poema de Veronica Shoffstall, intitulado "After a While". [Em 04/08/2007]

sexta-feira, junho 08, 2007

Sobre o inconformismo.

Dói em mim as dores do mundo.



"Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui."

Legião Urbana.



segunda-feira, abril 30, 2007

Sobre a aula de Psicopatologia.

Preocupante:

noventa
e nove
virgula nove
por cento
da população

é figurante.

De Nildão, por Moura.




É.
Ser.
Ser figura-ante.
Ser não.
Não ser.

quinta-feira, abril 26, 2007

Sobre um devaneio.

O dia estava ensolarado.. uma delícia de clima.. muito sol, e um calor estranhamente agradável. Aquele era mesmo o seu dia. A praia estava linda.. o mar, as ondas, até a espuma das águas estavam diferentes. No fundo sentia que alguma coisa lhe aconteceria, porque, é sempre assim que acontece nas melhores famílias.. Distraída, passou horas a olhar o mar, somente pensando nas coisas que iam e vinham, que vinham e iam, como as ondas. Chegou por um momento a lembrar das dores, dos amores, e de como o sofrimento era inútil. Sentia sede. Levantou-se em busca de água. Estranho estar em frente ao mar e ter sede. Tanta água. Água pra matar a sua sede, e a sede do mundo inteiro. Mas de nada servia, haveria de procurar outro caminho a seguir em busca de algo que aliviasse essa sensação que já se tornava incomoda, boca seca, necessidade de água [doce]. Encontrou, comprou, bebeu, sentou, e voltou a pensar. Mas, como já não queria pensar em nada, se pôs a somente olhar. "É mesmo lindo né?", disse uma voz doce que vinha de perto.. muito perto. Virou-se e afirmou: é.. é.. Sentaram-se perto, e conversaram durante toda uma tarde. Conversa das boas. Infância, amigos, farras, estudos, responsabilidades, decepções, alegrias, saudade. E que saudade. Olhavam-se. Olhavam-se muito; como se pudessem penetrar na imensidão que existia para além daquelas pupilas, dos nervos ópticos, do cérebro.. Existia sim, e quem havia de dizer que não? Conversavam como se já se conhecessem há anos, amigas de escola, confidentes íntimas, quase da mesma família. Mas, apenas se conheciam durante a pequena eternidade de 4 horas. E finalmente, voltaram a olhar o mar. Agora já não haviam mais palavras, sons, risadas, apenas o barulho do mar e a vista de um maravilhoso fim de tarde. E por mais que não dissessem uma palavra se quer, se comunicavam tão intensamente, num ritmo constante. Voltaram a se olhar. Penetraram-se, dessa vez buscando respostas naquelas profundezas que viam. Aos poucos, já não importavam mais tantas respostas, nem as perguntas, nem o mar, nem o céu, nem o doce barulho das ondas. Beijaram-se. Numa aurea de cor e luz se encontravam enfim, dentro de suas próprias dúvidas, e de suas certezas. Tocava-se corpo, alma, mente, tornavam-se uma só. De longe, o mundo agradecia com um lindo pôr-do-sol, que deixava o céu rosado e até mesmo os raios brilhantes do sol explodiam como fogos de artifício por um encontro esperado durante várias eternidades.







- Atenção para a chamada! Aninha?
- Presente.
- Bruno?
- Aqui.
- Maria? [...] Maria?

sábado, abril 21, 2007

Sobre uma falta II.

Sentindo a falta do que nunca tive,
-uma solidao leve e passageira-
de momentos que jamais existiram
ou existirão.
Sendo a falta intrinseca a seres [humanos],
comemoremos a falta do do que nao veio
mesmo quando deveria ter vindo.
A falta de vida e vivacidade,
quando se possui a ilusao de ter havido.
A falta do nada,
se é que o tem para preencher-se.
A falta de ser, de ter..
E de um dia se quer, poder.

sexta-feira, abril 13, 2007

Sobre a menina do espelho.

* É quando não se dá mais jeito.. Quando se perde, mas se acha.. Quando não se tem, no entanto mais se possui.
- É o passado no presente?
* É o seu mundo.
- Vazio?
* Não habitado.
- Vazio.
* Impenetrável.
- Cifrado.
* Impenetrável?
- Em busca da chave.
* Existe?
- Existe.

[silêncio]

* Pistas?
- Sem sinal delas.
* Sem sinal delas?
- Medo do encontro.
* Medo altruísta?
- Se é que existe, sim.
* Medo do invisível?
- Sim.
* Do intolerável?
- Sim.
* Do que é fluido?
- Sim.

[silêncio]

*Do espelho?

[silêncio]

[silêncio]

- Sim.

terça-feira, abril 03, 2007

Sobre o que se vai.

E a vida passa
E a gente chora
E a gente grita
E a gente morre
E a roda gira.

E a vida passa
E a gente levanta
E a gente vive
E a gente bate
E a roda gira.

E a vida passa.






"Ah, se eu fosse marinheiro..." (Adriana Calcanhoto)

sexta-feira, março 16, 2007

Sobre o ser e o nada.

Tem dias que me sinto assim
vazia de mim mesma,
fora do contexto,
longe da conexão,
parada, perplexa,
apatica.
Um vacuo no meio do caos,
uma linearidade na desordem,
a escuridao do sol do meio dia,
uma nuvem de chuva num dia de sol.
Tem dias que me sinto assim,
ausente do sistema,
compreendida pelos loucos,
odiada pelos desiguais,
leve como a culpa,
preenchida de nada.
Simples, fina, ligeira,
tocada pela morte,
estranha, impotente,
incolor.

quinta-feira, março 08, 2007

Sobre a linguagem do amor.

Tuas palavras me soam como doces sinetas
Sons de flautas, acordes de violao..
Uma mistura de sinfonias
Que resultam na mais bela de todas as músicas,
A sua voz.
As letras e as melodias que vibram de você para mim
Estremecem meu coração
De uma forma inigualável
Mesmo sendo inatingível.
A distancia se desfaz
E em segundos te sinto perto
Tão perto que chega a ser confortante
Penetras no meu ser
Adentras minha alma como ninguém mais
Numa intensa musicalidade
Que tem sons, cores e brilhos.



Possui-me como ninguém mais,
Possui-me em corpo, alma, coração e música.

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Sobre o buraco negro ocular.

Seus olhos são uma eternidade
embebidos de ternura e luz.
Dentro deles transcendo-me
numa vibração indescritível
como num extase profundo
onde não sei mais quem sou,
por que estou, ou cheguei.
Sinto-me leve
e ao passo que penetro em você
me perco em seu infinito
e me acho dentro daquela imensidão.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Sobre uma volúpia surreal.

Sinto vc aqui, tão perto..
Seu cheiro, seu jeito, seu universo
Cada parte sua em mim.
Sinto tua pele, teu corpo.
E como num instante de volúpia ardente,
Teus labios me cercam,
Puros, macios, vermelhos, molhados.
Percorrem toda a extensao do meu ser.
Sinto sua superficie sobre a minha
O calor, a doçura, a intensidade.
Sinto teu sangue pulsar,
Sua respiração cada vez mais rápida..
Ouço sussuros..
Eram vozes, gemidos, sinetas..
Palavras e sons perdidos naquela imensão.
E tuas mãos..
Como eram leves as tuas mãos!
Dedos que passeavam livres,
À procura do tudo e do nada.
À procura de um paraiso a ser descoberto.
Sentia você cada vez mais.
O toque, o beijo, os olhos..
A sua ternura infinita transbordava.
Somente as estrelas nos fitavam,
Tranformando-nos numa existência absoluta
E ali, sob a luz do luar nos tornamos unos
Eu era voce.
Voce era eu.
Eramos donos de uma unica singularidade
Dentro daquela breve imensidão..
Um só corpo
Uma so alma..
Apenas eternidade.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Sobre a dor II.

Hoje preciso escrever palavras cruas, sem sentimentalismo e com uma pitada extra de dor. Ando pensando bastante sobre o significado de várias coisas que acontecem ao longo de minha tragetória.. Enfim, nunca chego a conclusão nenhuma, mas nada como uma reflexão! Alias, hoje o titulo poderia ser "Reflexões sobre...", mas não chegaria a lugar algum, já que são todas meras reflexões. Eu nao sei explicar porque sinto tanta falta de velhas agulhas, de velhas dores, em meio a um mundo tao grande. E quão vasto é ele. Por muito tempo as agulhas foram a minha única companhia, tanto que nem lembro mais quando consegui encontrar essa ultima e tão estimada. Mas lembro do dia que a perdi. Nao era frio, feio, amargo. Era simplesmente indolor. Perdi a capacidade de sentir as dores das picadas, o gosto pelo sangue escorrido, e o prazer da cicatrização! Estranho! Estranho também estar contruindo essas metaforas. Perder, deixar de ter. E por muito tempo vaguei pelo desconhecido.. Conheci mundos novos, realidades simultaneas, mas nao encontrei algo que me proporcionasse a dor das agulhas. Acho que no fim das contas, eu queria a dor, mesmo ela sendo uma "dor". A necessidade do incomodo, da aflição, do bem-mal-estar. E numa linda noite de lua cheia, sinto tanto frio que mal posso soletrar palavras que tanto amo dizer. O frio foi mais forte do que o desejo inconsciente daquela dor que não tenho. Que foi embora tao discreta e silenciosamente, tanto que eu nem percebi. Escorreu. Caiu. Sumiu. Talvez não haja coisa mais linda e mais forte do que a dor. A dor de ter, a dor de sentir, a dor de existir, a dor de renascer.. A Dor que move o mundo, a vida, e a morte. É possivel que esteja na dor grande parte do que somos e do que seremos. Porque sei que era a dor daquela agulha que me movia contra as redomas da existência, e da desistência, aquela dor tao fina, singular e uniforme.
E aonde está, não sei.
Sinto falta dela.
Dói não ter dor.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Sobre o bater das asas.

Se voce quiser ir,
eu vou deixar.
Vai em paz.
Vai com Deus.

Que eu possa lembrar de cada vão momento!
Vivo, presente, eterno,
Como uma borboleta que cresce
e que um dia voa, porque esse é seu destino.

Vai.
Leva consigo os sorrisos,
a brisa daquela tarde em frente ao mar.
As juras de amor.

E lembra,
que um dia fomos um,
que tua alma tocou a minha
que parte de mim estará indo também.

sábado, janeiro 20, 2007

Sobre uma canção.

A cançao tocou mas nada pude fazer
O tempo levou consigo a melodia
A letra passou do ponto
O vento voou
e consigo levou o tom, a cor, a magia
Para onde foi? Nao sei.
Se escondeu em alguma fermata
Ficou despercebida, incolor, palida.
Sumiu, pelo q soube..

E por mais que eu procure
Não acho nem vestigios de sua presença.
Lembranças inuteis, descredulas, frias.
E novas canções a nascer.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Sobre a roda da vida.

Só queria abrir o post mesmo pra deixar escrito, alem de colocado em vibração, que: A vida é um ciclo. Um ciclo que não pára, que dá 'voltas', ou seja, que pode passar pelos mesmos locais. Hoje sou uma. Amanha não serei mais quem sou. Estarei modificada pelo vento, pela chuva ou pelo sol, na verdade pelo que não importa. Nao serei eu, mas tambem nao serei você, nem ele, nem ela, nem niguem, pois serei um novo eu. Um novo eu sem deixar de lembrar das frustacoes do eu morto, nem do medo do eu nascente. Pois a roda gira e é necessario que sejamos justos, verdadeiros e firmes. Afinal, o mundo pode girar e 'de repente nao mais que de repente', encontremos um reflexo do nosso eu morto muito mais perto do que imaginamos.
Hoje eu diria: tenho um desejo. Alias, desejo nao, porque depois de saciados, se tornam despreziveis..
Tenho uma Vontade: Queria viver com mais calma. Admirar a vida, quem sabe.
"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
Clarice Lispector.