domingo, novembro 04, 2012

Sobre uma noite chuvosa.

A massa escura do tempo
Se deita lentamente sobre o meu corpo.
Deleita-se.
Funde.
Mascara interrogações
 Inibe exclamações.
Se sou mesmo uma profusão de condições e termos mal elaborados
Já não sei.
Nego o tempo,
O vento, a calma.
Apenas me cubro
Para que deixe de existir em mim
Vazios inabitáveis.

 ***

É noite.
Sinto cheiro de chuva,
Vejo clarões de relâmpagos.
É noite.
Lá fora e aqui dentro.
Não sei onde é mais frio.
Talvez a água da chuva
Trouxesse cor a esse caos.
Talvez.
Ainda é noite.
Fria, densa, vazia.
Já não quero olhar para traz.
Não  vale a pena.
Então, espero. Porque
Ainda é noite.