segunda-feira, junho 17, 2013

Sobre cacos de vida.

Sabe, não adianta muito ficar brigando com tudo e com todos. Estou cansada de olhar o mundo a minha volta e não poder modificá-lo. Lidar com a castração diária não é fácil. Muito menos com a insatisfação. Ela se instala por dentro e se alastra feito água que estava presa e se vê em liberdade. 
É hora da troca de papéis. Sou eu quem devo estar em liberdade e represar as minhas insatisfações, e o primeiro passo para isso é começar a resolvê-las.


------------------------------

Verbo Ser

Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.
Que vai ser quando crescer? 

Carlos Drummond de Andrade

domingo, janeiro 06, 2013

Sobre a arte de recomeçar.

Já não é sem tempo que chega a hora de recomeçar tudo novamente. Inicio de 2013, e um monte de projetos novos para tocar para frente. Não é a primeira vez que vejo o mundo de cabeça para baixo, e como num passe de mágica - que mais parece uma eternidade - muda-se a direção. É chegada a hora de plantar boas sementes e esperar docemente que elas floresçam.
Um novo ano começa e com ele, a pulsante esperança se renova. Tudo, enfim, novo de novo.