sábado, novembro 25, 2006

Sobre uma falta I.

Por que será que a humanidade foi perdendo ao longo do tempo valores tao preciosos? Acabo de ler um livro* que me deixou profundas duvidas. Ou seriam certezas? As vezes acho que nunca vou encontrar pessoas que pensem como eu.. so em livros, poesias, sonhos.. nao sei se a cada dia que se passa eu me perco dos outros, ou me encontro comigo mesma, com a essencia que produz vida dentro do meu ser. Nao que eu me sinta 'de outro mundo', mas parece que as pessoas vivem numa busca desenfreada por estar sempre correspondendo aos outros, ou, sempre se pondo a margem.
Nao há mais uma preocupacao com o aspecto sagrado da coisa.. E sagrado no sentido maior, desde o movimento do ar entrando em nossas narinas, chegando aos pulmoes, ate o instante em que ele sai.. levando consigo nem que seja moleculas de gases que nao mais nos servem.
E ai penso nas milhares de coisas que deixamos escapar numa fracao de minuto de uma entrada e saida de ar.. é certo que nao chego a conclusoes plausiveis, mas as vezes, alias, as vezes nao, SEMPRE acabo me frustrando pq estamos deixando de ser gente pra sermos maquinas.. ou algo parecido.
Pessoas nao se tocam, pessoas nao se 'ouvem', pessoas nao se conhecem.. talvez, convivam.. Nao, nao.. conviver é demais!
Sinto falta de sensibilidade, toque, olhar. Sinto falta de nao ter pessoas que estejam ao meu lado, e que percebam os 'instantes magicos' da vida, a beleza de uma poesia, a transcendencia das emoções. Sinto muita falta mesmo. Isso até me lembrou uma musica.. "É preciso amor pra poder pulsar / É preciso paz pra poder sorrir / É preciso chuva para florir" [Tocando em frente - Maria Bethania]


*Onze minutos, de Paulo Coelho.

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